Categoria: Bola passada

O jogo de botão, antes de o Nilton Santos se consagrar, a lateral esquerda (na época, se dizia half) era destinada ao botão mais chinfrim. Depois, passou a ser um dos melhores do time, aquele que a gente aparava cuidadosamente com a gilete do pai.

Muita gente, erradamente, pensa que o Campo do Prado era no local do Presidente Vargas. Não, não era, porém pertinho, pois onde funcionou depois a Escola Técnica, hoje, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará

Dos 22 jogadores inicialmente convocados por João Saldanha para a Copa do México, sete não chegaram lá, o goleiro Cláudio, do Santos, e mais três santistas, Djalma Dias, Rildo e Toninho, além de Scala, do Internacional, Paulo Borges, do Corinthians, e Dirceu Lopes, do Cruzeiro.

Ademir foi o artilheiro do Mundial de 1950. Marcou oito ou nove gols, porém a eficiência desse feito é discutível, porque na hora que a Seleção precisou, nada fez, no empate com a Suíça, no Pacaembu, e a derrota final para o Uruguai, no Maracanã. Se não tivesse marcado nenhum, Brasil terminaria na mesma posição, vice-campeão. Já o ponteiro uruguaio Ghiggia meteu apenas cinco, dos quais, três decisivos para seu país, o do empate com a Espanha, o da vitória sobre a Suécia e o do título, com o Brasil.

Lula, goleiro do Corinthians, substituiu Félix num jogo das Eliminatórias do Mundial de 70. Não deu pra medir sua atuação, pois adversário era inexistente Venezuela.

Bola fria

Testemunhei a única vez que Pelé foi expulso jogando pela Seleção. Aconteceu no Pacaembu, frente à Argentina, que ganhou de três, e ainda teve seu defensor Rattin posto fora de ação, face incrível cabeçada do Rei em seu estômago.

Qual dos dois foi o melhor, Pelé ou Maradona? Aí, vou meter minha colher, Diego deu mais à Seleção da Argentina em Copa do Mundo do que Edson deu ao Brasil.

O meio-campista Clodoaldo, que integrava o ainda grande Santos Futebol Clube, foi um dos acertos escalativos do treinador Zagallo no último Mundial que Brasil ganhou jogando bem, o primeiro no México. Na parada mais difícil daquela competição, frente Inglaterra, Clodoaldo teve de suprir a ausência de Gerson e, no segundo tempo, as condições de Rivelino, que se contundiu durante o jogo.

A camisa do escrete pesou, quando envergada por goleiros de grande estilo, tais Batatais, Barbosa e Castilho, que tremeram defendendo a Seleção. Já aqueles tecnicamente bem menos dotados seguraram firme, podendo ser citados, talvez em primeiro lugar, o Taffarel, Leão também, porém Leão não sabia sair do gol.

Pelé embarcou quebrado para disputar seu primeiro Mundial. Não fez gol, porém Brasil ganhou de dois da Rússia, que ainda não era força, como aliás ainda não é.

Para os colecionadores de curiosidades futebolísticas, primeiro jogo de Jairzinho pela Seleção, na ponta direita, foi último de Zagallo, na extrema esquerda, na vitória de 4 x 1 do Brasil sobre Portugal, em 1964, no Maracanã.

Não fui derrubado, ao responder O Céu é o Limite sobre Copa do Mundo, na pioneira TV-Ceará, apenas pedi pra sair, ao atingir o objetivo de haver aceitado participar, saldar a dívida de seiscentos mil com o Xara Barroso, que estava quatro meses atrasado, de Simca comprado à prestação.

O Brasil teve alguns grandes goleiros de clube que, entretanto, não emplacaram na Seleção, podendo ser citados Batatais (Copa de 38) Barbosa, (Copa de 50) e Castilho (Copa de 54). O próprio Gilmar, que não foi mal, deixou algumas dúvidas.

Tenho martelado, não é fácil escalar quem foi o gênio maior do futebol, admirador dos dois, tenho insistido que Maradona deu mais à Seleção Argentina do que Pelé à do Brasil.

Quando Elizabeth II visitou o Brasil, Jacinto de Thormes, que falava um inglês de Oxford, foi escalado para “apresentar” o Maracanã à Rainha da Inglaterra. Quando o juiz Armando Marques entrou em campo para dar início ao jogo, o estádio explodiu em “bicha, bicha”. Sua Majestade então perguntou: “what is meaning of that”, a que o grande jornalista respondeu, claro que em inglês: “Elogios ao árbitro.”

Pelé foi caso único de quem integrou a Seleção Brasileira sem antes haver disputado um só jogo oficial pelo seu clube, o Santos. Enfrentou a Argentina, fez um gol, porém perdeu.

No Mundial de 1950, Uruguai tinha sete craques, e Brasil apenas cinco, não havendo, portanto, motivo para o choro, que quase dura até agora.

Expulso na semifinal com o Chile, Garrincha não poderia enfrentar a Tchecoslováquia na decisão da Copa, a não ser que o juiz não depusesse contra a grande atração brasileira. E assim aconteceu, alegando doença da mãe, o senhor Estebam Marino viajou pro natal Uruguai, não compareceu ao julgamento, e Garrincha pôde atuar. Há testemunha de que a CBD pagou a bola.

A crônica brasileira aponta Domingos melhor defensor da Copa de 38, que, entretanto, cometeu o pênalti que nos derrotou contra a Itália, brutal pontapé sem bola em Piola, na verdade, uma jogada infantil, do grande da Guia.