Bola rolando

Maracanã foi inaugurado uma semana antes da Copa de 1950, com o jogo entre seleções de Novos do Rio e de São Paulo. Didi marcou o primeiro gol do estádio monumental, mas os cariocas perderam de três, e, além dele, houve futuros campeões mundiais, como o lateral Djalma Santos.

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O pessoal da crônica esportiva dormiu e deixou passar, porém o Degas Aqui registrou. Após a final de 50, no Maracanã, quando Uruguai saiu campeão, no jogo seguinte, em Santiago, que o Brasil venceu de 4x2, dois que integraram a Seleção Brasileira no Maracanã entraram em campo, Friaça e Ademir; quando o médio Ely foi expulso, o ponteiro cedeu seu lugar a Bauer, que havia formado no onze que perdera o título dois anos antes. Quer dizer, foram três aqueles que participaram da “vingança”.

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Antes de aparecer o Nilton Santos, no jogo de botão, a gente botava o mais peba na lateral esquerda. Mais tarde, com esse grande craque, se colocava o botão mais vistoso e bem aparado.

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Joel e Pepe foram dois ponteiros exemplos de que realmente existem o jogador de clube e o jogador de seleção. Brilhavam no Flamengo e no Santos, respectivamente, porém, com a camisa canarinha, não conseguiam repetir.

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A glorificação de Garrincha não é unânime. Há quem prefira o Julinho, o Júlio Botelho da Copa de 54, quando foi apontado o melhor jogador brasileiro. O treinador Feola sugeriu pensar assim, pois, logo depois do Mundial da Suécia, escalou Julinho como titular, para enfrentar a Inglaterra, deixando o “Pernas Tortas” na reserva. A vaia comeu, mas, assim que pegou na bola, Julinho meteu um gol sensacional, e aí, então, o Maracanã aplaudiu de pé.

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Chico Buarque tinha especial predileção pelo atacante Pagão, que chegou a jogar ao lado de Pelé, naquele time do Santos. Aliás, o compositor de “A Banda” considerava Pagão superior, Pagão jogou também no São Paulo, mas sua carreira acabou cedo, pois era tido como canela-de-vidro, e só atuou uma ou duas vezes pela Seleção, em partida(s) amistosa(s).

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Assisti pessoalmente única vez que Pelé foi expulso jogando pelo escrete. Aconteceu no Pacaembu, em São Paulo, quando o Rei deu uma cabeçada no defensor argentino Ratin e foi mandado mais cedo pro chuveiro, Argentina ganhou de três e o Brasil não marcou nenhum.

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Assisti à estreia de Zico em Copa do Mundo. Foi contra a Suécia, e eu estava lá, em Mar Del Plata, 1978. Na realidade, o craque não disse ao que veio e só conseguiu marcar um gol quando o juiz apitara o final e a defesa nórdica parou, claro que não valeu, pois, a essa altura, nada mais valia.

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Na trágica derrota para o Uruguai, na Copa de 50, em pleno Maracanã, Barbosa engoliu dois, porém só o segundo pode ser considerado frango, que eu, por exemplo, nunca achei. No primeiro, o que aconteceu foi que ele pulou atrasado, mas a bola era indefensável.

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Ademir Marques de Menezes foi o artilheiro do Mundial de 1950, com oito ou nove gols, só não marcou quando o Brasil precisou, empatando com a Suíça e perdendo a final pro Uruguai. Encerrou a carreira ainda jovem, em 1956, cujo Campeonato Carioca não chegou a jogar.

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Tem desportista daquele tempo que sempre achou que Flávio Costa errou nos dois centroavantes inscritos para a Copa de 1950. Ele registrou Baltazar e Adãozinho, que, por sinal, não atuou, deixando de fora Leônidas da Silva e Heleno de Freitas, que eram superiores, mesmo bastante idoso, pro futebol, o primeiro, e já anunciando sinais das perturbações mentais que o matariam nove anos depois, o segundo.

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Essa escolha do melhor entre Pelé e Maradona jamais será resolvida, os brasileiros dirão sempre Pelé, e os platinos, Maradona. Meto minha colher estabelecendo que Maradona foi mais útil à Seleção Argentina, em Copa do Mundo, do que Pelé ao Brasil, tanto que, em seu primeiro Mundial, entrou no terceiro jogo, pois viajou lesionado; no Chile, saiu quebrado no segundo jogo e não mais atuou; na Inglaterra, se contundiu na primeira partida, não jogou com a Hungria e enfrentou Portugal, quando Brasil perdeu e caiu fora no mais importante torneio já acontecido, perante o exigente público inglês.

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Se João Saldanha não tivesse sido deposto, o Zagallo não tivesse assumido a Seleção, Rivelino não teria sido titular, pois o sistema de Saldanha era 4-2-4, com ponta-esquerda avançado, e o dele seria Edu, caso típico de jogador de clube que não emplaca no escrete, pois, excelente no Santos, quando representava o Brasil, deixava seu futebol na concentração.

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O paraguaio Freitas Solich deu um tricampeonato ao Flamengo, 53, 54 e 55, só que, neste último, contou com a grosseira participação do zagueiro pernambucano Domenico, que pôs, no início da final com o América, principal astro rubro, Alarcon, também paraguaio, pra fora de campo. Não havendo substituição naquele tempo, o América jogou com dez e, naturalmente perdeu, quando tudo indicava que ganharia, pois goleara de cinco, na segunda partida da melhor-de-três, dando um verdadeiro show no Maracanã.

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Pouca gente sabe que o goleiro Félix, campeão do mundo, em 1970, não teria viajado pro México se Saldanha tivesse permanecido treinador, pois o João em questão, que primeiramente o convocara, depois retirara seu nome da lista, colocando no lugar dois de São Paulo, Ado do Corinthians e Leão do Palmeiras. Sua sorte foi a entrada de Zagallo, que o reconvocou e lhe deu o posto de titular, onde, por sinal, sem ser um ás da posição, deu plena conta do recado.

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Leão participou de quatro Copas do Mundo, porém, nas duas em que jogou, Alemanha e Argentina, não conseguiu o título, que só obteve numa das que não atuou, a primeira do México.

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Zezé Moreira foi melhor treinador do que seu irmão Aymoré, que, entretanto, sagrou-se campeão mundial, enquanto Zezé, que comandou escrete na Suíça, não conseguiu, e ainda deu uma sapatada na cabeça do treinador húngaro, após perder de 4x2.

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Jogadores brilhantes não resultam em bons treinadores. Exemplos maiores, provavelmente, Domingos e Leônidas, na Copa de 38, Zizinho e Jair, do Mundial de 50. Os que não são se saem muito bem fora de campo, tais Flávio Costa, Zezé Moreira e Zagallo, que a imprensa, sem ter coisa melhor a dizer, batizou de Formiguinha, alegando que o alagoano que tomou o lugar de craques como Pepe e Canhoteiro, dão ótimos técnicos, inclusive campeões pela Seleção.

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O pernambucano Ademir foi o artilheiro da Copa de 50, com nove, segundo os cronistas, ou oito gols, segundo a súmula do juiz, pois um dos seus dois contra a Espanha foi atribuído ao zagueiro Parra.

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Tentando melhorar o nível da arbitragem nas partidas do Campeonato Carioca, a Confederação Brasileira de Desportos contratou quatro juízes ingleses. Um deles, que atendia por Mr. Ford, enchia a cara antes de entrar em campo, de modo que só apitava bêbado, e sua tendência era marcar pênalti quase sempre inexistente.