Apanhado
(A SÍNTESE EM PESSOA)
Para conviver bem com os dois papéis, de empresário e político, Roberto demarcou os limites para impedir que o conúbio dos dois viesse a comprometer um deles, ou mesmo a dupla.
Numa atitude rara na categoria de político-empresário, atuou durante anos na oposição a governos, espaço adequado para exercer seu espírito crítico, algo impulsivo, ao preencher o vácuo existente pelos interesses dos ditos homens públicos em ocupá-lo.
Dotado de grande sensibilidade, não hesitou em empenhar-se a fundo, destemido, na defesa de projetos polêmicos, tais a construção do Açude Castanhão e a transposição das águas do Rio São Francisco, lutas que findaram vitoriosas. Assim, afirmando-se como uma nascente liderança dos partidos nos quais atuou, chegando a presidir.
Falta o segundo tópico.
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Categoria: Apanhado político
Apanhado
Conheço Roberto Pessoa há muito tempo. Nossa relação, no entanto, tornou-se mais intensa há cerca de 20 anos. Falamo-nos com grande frequência, presencialmente ou por telefone, numa ligação que se tornou familiar.
Roberto reúne em si dois personagens, o empresário e o político, atividades que não são fáceis de conciliar. A história reúne exemplos de bons políticos que foram maus empresários e vice-versa, maus políticos que foram bons empresários. O sucesso em uma ilude quem pensa poder reproduzi-lo na outra.
Foi primeiro empresário, certamente inspirado em Narciso, seu pai, reputado comerciante, pecuarista e dirigente de entidades de classe, posições a que ascendeu por seu reconhecido espírito agregador e capacidade de liderança. Atributos que asseguraram a Roberto êxito em ambas as atividades.
A partir de uma modesta venda de frangos e ovos, construiu portentosa empresa de avicultura, que, a partir do Ceará, implantou-se no Norte e no Centro-Oeste do País, impulsionada por constante atualização tecnológica, hoje gerida com auxílio de familiares.
Pragmático, ousado, generoso, combativo, conciliador, quando necessário, alcançou, a essa altura da vida, a consagração dos vencedores. As inevitáveis turbulências, superou com corajosa obstinação, pavimentando o caminho de êxito, que desfruta com a mesma paixão e vigor do início da longa caminhada.
Falta o segundo tópico.
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Apanhado
Mendes de Moraes foi o prefeito que construiu o Maracanã. Porém, não esperou pelo jogo final para colocar seu busto no pedestal. O resultado é que, após a derrota, torcedores enfurecidos arrancaram a estátua e a jogaram no poço enlameado, que em pouco tempo a destruiu.
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Apanhado
Flávio Costa, o técnico no Mundial de 50, morreu sem conseguir explicar por que cortou o central Mauro, do São Paulo, que era um craque, ao contrário do Juvenal, que foi o titular da Seleção, jogador de estilo arrasa-quarteirão e um dos culpados pela derrota no jogo final. Manteve também Nena, que se situava entre Mauro e Juvenal, porém, havia passado por uma cirurgia de apendicite, não estando, portanto, no melhor da sua forma.
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Apanhado
Na relação final para Copa de 50, o treinador Flávio Costa manteve Adãozinho, do Internacional, quando já tinha Ademir, do Vasco, e Baltazar, do Corinthians para o comando do ataque. Cortou Pinga, que havia sido um dos artilheiros da Taça Oswaldo Cruz, enfrentando o Paraguai – essa foi uma das suas tonterías.
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Pecado mortal de Flávio Costa (um deles) foi a insistência com Bigode, deixando Nilton Santos na reserva. O craque do Botafogo jamais teria largado seu posto, que era marcar ponta-direita Ghiggia, como fez Bigode, deixando o uruguaio livre, primeiro, para dar o passe do empate, e depois, o gol da vitória.
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Apanhado
Quase não tem sido divulgado quando o Brasil começou a perder o Mundial de 1950. Aconteceu que, um mês antes do início, o presidente da CBD, Rivadávia Corrêa Meyer, foi acometido de derrame cerebral, e teve de passar a presidência para o vice, Mário Polllo, que não possuía suas credenciais. Se não tivesse havido, com Rivadávia, o Brasil jamais enfrentaria o Uruguai no último jogo, como pretendeu, e conseguiu, o treinador Flávio Costa.
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Apanhado
Passei dois anos em J. Macêdo, levado pelo César Wagner Studart Montenegro, como uma maneira que ele encontrou de completar o que eu ia ganhar na Gazeta, que pertencia ao Grupo. Aliás, José Macêdo me contou que, quando César se despediu da empresa, ele lhe falou do seu propósito de lhe oferecer um jantar. A princípio, não quis aceitar, mudando de ideia quando soube que eu estava no comando, como de fato aconteceu.
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Apanhado
Quando governador Parsifal Barroso rompeu com o PSD martinista, destituiu Figueiredo Correia, Paes de Andrade e general Góis, que era pimentelista. Ao reassumir Assembleia, Paes foi pra tribuna e não poupou Parsifal, só que, dias depois, os dois se encontraram em casa do amigo comum Aluysio Soriano Aderaldo. Paes ficou todo encabulado, porém, Parsifal abriu os braços e exclamou: Antônio, por onde andas, que não me tens mais aparecido?
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Apanhado
O grande Cole Porter morava na torre do Waldorf Astoria, onde também residia a famosa colunista Elza Maxwell, porém, nunca lhe tinha sido apresentado. Acabou sendo, e na ocasião, ela pretendeu gozá-lo: Você só pode estar duro, de tão alinhado. Ele, entretanto, não perdeu o rebolado: Tudo fiado, por conta da vovó.
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Retorno
Na eleição de 1950, que o trouxe de volta à presidência, Getúlio Vargas não obteve maioria absoluta, pois seus competidores, brigadeiro Eduardo Gomes e mineiro Cristiano Machado, somados, tiveram mais votos que o homem do Estado Novo.
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Apanhado
No I Veterado, programei um almoço no Náutico para festejar meu aniversário, armando três mesas, distantes uma da outra. Na primeira, pus o governador; na segunda, dr. Parsifal; e, na terceira, meu patrão Eduardo Campos. As damas não foram chamadas, porém, dona Luíza compareceu e sentei na mesa de Parsifal.
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Apanhado
Nomeado Ministro da Viação e Obras Públicas do Gabinete Parlamentarista de Tancredo Neves, Virgílio marcou sua primeira viagem ao Ceará, visando reunir os seus comandos, o que aconteceu na RVC, e, quando todo mundo esperava uma pauta de trabalho, ele abriu o encontro com uma pergunta: Os senhores me consideram um grande ministro? Ninguém respondeu, porém, VT não perdeu o rebolado: Tomo o silêncio como uma afirmativa.
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Apanhado
A família Gentil teve três mandatos de deputado federal. Um para Antônio, que foi constitucionalista, e dois para Adolfo, eleito em 50 e 54.
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Carlos Jereissati, a quem o presidente Vargas entregou a organização do PTB no Ceará, passou à História como tendo sido o articulador da única derrota de seu amigo Virgílio Távora, em sua brilhante carreira. Só então se soube que o chefe petebista era um gênio articulador.
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Partiu de Carlos Jereissati a ideia de lançar a candidatura do ministro Parsifal Barroso ao Governo do Estado, em 1958. Waldemar de Alcântara e Expedito Machado estavam entre os que o acompanharam ao sítio de Chico Monte na Meruoca, e é importante ressaltar que Dr. Parsifal e Dona Olga não estavam presentes; aí, na serra sobralense, surgiu a chapa PTB-PSD, para enfrentar Virgílio Távora.
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Apanhado
Virgílio Távora tinha tido dois mandatos de deputado federal, quando a UDN o lançou para o Governo, e ele convidou Chico Monte para vice. Foi quando Carlos Jereissati encontrou uma maneira de fazer Chico Monte romper com VT, lançando seu genro único, Parsifal Barroso, que era Ministro do Trabalho de Juscelino.
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Eleição pra deputado federal em 1962 foi o maná dos deuses para aqueles que não conseguiram se eleger, ficando na suplência. Primeiro, Antônio Jucá renunciou à cadeira, para assumir a vaga de Carlos Jereissati no Senado, entrando Álvaro Lins. Depois, Adahil Barreto, ensejando Flávio Marcílio assumir. Entrando mais tarde Crisanto Moreira da Rocha, com a retirada de cena de Moysés Pimentel.
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Apanhado
Dr. José Martins Rodrigues, a partir de 1954, teve quatro mandatos de deputado federal. Nunca liderou a votação nem nunca ficou na rabeira, sempre no PSD e uma vez no MDB. O pessoal que não queria vê-lo governador porque seria uma administração seríssima e não podiam se locupletar, morreram de dizer que ele não teria votos para ser eleito governador.
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Apanhado
Quem primeiro falou para o presidente Castello sobre Plácido Castelo para governador foi Paulo Sarasate. Na época, abordou-se que os dois, Castelo e Plácido, tornaram-se amigos no Instituto do Ceará, quando o general comandava a Décima Região, mas isso não é verdade, portanto, se relacionamento houve, foi muito precário e fugaz.
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