Categoria: Apanhado político

Armando Falcão foi eleito deputado em 50, 54, 58, quando liderou a votação na bancada do PSD, e 62, quando ficou em uma das últimas posições, porém entrou. Em 66, não conseguiu transformar em votos sua participação na derrubada de João Goulart, ficando na terceira suplência. José Macêdo ofereceu-lhe pedir licença, para que ele assumisse. Todavia, Falcão não aceitou, justificando: Se o eleitorado não quis, sua vontade deve ser respeitada.

Paes de Andrade e Jorge Furtado Leite empataram no que concerne ao número de cadeiras federais: oito. Porém, Hildo (apelido de Furtado Leite) passou à frente, se estabelecermos contagem seguida, pois o Paes teve uma brecha quando saiu para disputar o Senado, que, por sinal, perdeu.

Dr. Jurandir Picanço é sempre apontado como principal fundador da Faculdade de Medicina, justo porque foi o primeiro a mexer com os pauzinhos.

A justa denominação para o papel desempenhado por Humberto Bezerra no governo do irmão é co-governador, embora oficialmente tenha sido rotulado de Secretário de Assuntos Municipais – muito pouco para sua participação –, ao lado de Adauto todo dia e o dia todo.

Eleito pela primeira vez em 1946, Walter de Sá Cavalcante tornou-se líder do PSD na Assembleia, combatendo o governo udenista de Faustino Albuquerque. No pleito seguinte, foi guindado à Câmara Federal, exercendo apenas parte do mandato, pois batido por tumor cerebral, vindo a falecer em 1953.

E tem aquela história do deputado do qual se dizia que não iria escapar do AI-5. Na noite que a televisão divulgaria última lista dos excluídos, recebeu em casa a visita de um colega solidário. Acontece que quando o locutor declinou os nomes, ele não estava, porém o colega foi cassado.

Restaurante que se preza não liga a televisão, simplesmente porque ninguém vai a local de boa comida e ambiência para ver televisão.

Beto Studart teve seu retrato entronizado no restô Ugarte, em dia de festa grande. Afinal, foi o mentor de minha primeira biografia, e quem descerrou foi aquele escolhido por ele para tocar o barco, Reginaldo Vasconcelos, presidente da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo.

Parsifal Barroso não tinha maioria na Assembleia, quando assumiu o Governo, pois o placar circulava 27 a 27. Acontece que quatro da oposição passaram para o seu lado, naturalmente, em troca de favores, que incluía até arame farpado, e foram rotulados, por eles próprios, de independentes.

Quando governador, Parsifal Barroso residiu na casa de Santos Dumont que a sogra Maria Monte comprou de Péricles Moreira da Rocha e deu para a filha, dona Olga. Ali hospedou um neto de Mahatma Gandhi, que no café da manhã, dia seguinte, rejeitou o leite, alegando que só tomava o de cabra, ensejando a resposta de seu anfitrião: Amigo, aqui no Ceará tem muito é cabra sem vergonha.

O jornalista Themístocles de Castro e Silva, que morava no Rio, veio ao Ceará para ser o porta-voz da candidatura de Parsifal ao Governo. Tentou uma cadeira na Assembleia, sem conseguir, mas veio a ocupar Secretarias importantes, tais como Agricultura e Administração. Quando Parsifal deixou o Governo, tentou novamente a Assembleia e, desta vez, foi eleito.

O deputado Leão Sampaio teve um mandato a mais que o filho Mauro, ambos médicos, o pai com seis e o herdeiro com cinco.

Euclides Wicar, que foi um dos primeiros a me levar para conhecer Brasília, teve dois mandatos federais. Da primeira vez, deu para o gasto, porém, na segunda, apareceu como um dos mais votados do seu partido, o PSD. Senti muito a sua morte, vítima de desavença territorial, quando os dois litigantes pereceram.

Eram ambos deputados estaduais constituintes Parsifal Barroso e Pontes Neto. Pontes fez um aparte que Parsifal achou ofensivo. Quando chegou, dia seguinte, à Assembleia, encontrou sobre a mesa do gabinete um cartão de Parsifal solicitando que tirasse do discurso a expressão desagradável usada. Pontes atendeu prontamente, de modo que não foi para os anais.

Quando Plácido Castelo assumiu, meia dúzia de deputados, tendo à frente Achiles Peres Mota, escolheu meu apartamento no Plaza para instalar o Grupo de Ação Parlamentar, que se propunha a dar cobertura ao governador sainte, Virgílio Távora, que havia sido eleito deputado federal com muitos votos. Porém, o GAP durou pouco.

O centroavante Heleno de Freitas começou no Fluminense, porém, se fez no Botafogo, onde não conseguiu ser campeão. E só abiscoitou título (campeão carioca) quando integrou o ataque do Vasco que tinha Ademir e Maneca.

José Fiúza Gomes foi um político jovem que se elegeu vereador, porém, quatro anos depois, o Movimento de 64 o ceifou, apesar da razão alegada não haver convencido ninguém, pois foi acusado de haver participado de uma assembleia de ferroviários de esquerda.

Vicente Arruda dobrou o número de deputações federais do irmão também já partinte Esmerino, seis mandatos contra três.

Paes de Andrade e Mauro Benevides foram sempre colegas, porém, não muito amigos, pois o Paes, quando foi demitido da Secretaria da Justiça pelo governador Parsifal, não gostou de Benevides ter aceito substituí-lo.

União Democrática Nacional, partido do Carlos Lacerda, teve um gostinho do poder no Gabinete Parlamentarista de Tancredo Neves. Eu já falei que o Virgílio ocupou, o superministério da Aviação, e outro grande nome, Gabriel Passos, foi escolhido para o de Minas e Energia.