Categoria: Apanhado político

Poucos dias antes de ter seus direitos políticos suspensos, o padre José Palhano esteve no 410 da Barão de Studart. Foi recebido por mim ao chegar e conversou com Virgílio Távora, que deve ter dito que nada poderia fazer.

Lúcio Alcântara, alcunhado pelo repórter de “Ex-Quase-Tudo” por ter sido governador, vice-governador, senador, deputado federal e prefeito de Fortaleza, só não foi deputado estadual e prefeito do sertão.

O salineiro Casimiro José de Lima, “seu” Miro, teve cinco varões, sendo que um deles, Manoel, tornou-se genro do líder político Olavo Oliveira, que o lançou para deputado estadual, mas não o elegeu.

O cearense Olavo Oliveira era senador quando foi cogitado para ser companheiro de chapa de Getúlio Vargas. Só não emplacou porque Ademar de Barros, chefe do Partido Social Progressista ao qual pertencia, preferiu indicar o norte-rio-grandense João Café Filho, que, com a morte de Getúlio, assumiu a presidência da República, da qual foi derrubado pelo general Lott.

Com a queda de João Goulart em 1964, Dr. Parsifal Barroso viu fugir a oportunidade de ser embaixador em Israel, que o presidente lhe havia prometido após a morte de Jereissati.

O Tratado da União Pelo Ceará, que regeu a eleição de 1962, estipulava duas cadeiras no Senado para o PSD, já que o governo seria da UDN. O grupo Martinista ficaria com uma das cadeiras, e o jovem deputado Paes de Andrade declarou que seria dele. No entanto, seu sogro, Martins Rodrigues, amorteceu, afirmando que, se sua ala indicasse um senador, seria Figueiredo Correia. Depois, houve uma reviravolta: Joaquim terminou saindo vice de Virgílio Távora, e Paes deputado federal.

Limoeiro sempre foi a capital da região jaguaribana, tendo elegido, no mesmo pleito, Franklin Chaves, do PSD, Manoel de Castro, da UDN, e José Simões, do PTB.

Os irmãos Pontes, Aurimar, Osires, Pontes Neto e Vilmar tiveram quatro deputados ao longo do tempo, mas não na mesma legislatura; em que chegaram a três.

Na eleição de 1986, a primeira de Tasso e a última de Adauto, participei de algumas reuniões que se realizavam aos domingos à noite na casa de Sérgio Machado, na Santos Dumont. Foi lá que encontrei pela última vez uma excelente figura, Geraldo Jereissati, o Geraldão do Basquete. Embora ele não fosse envolvido com política, estimaria ver o sobrinho eleito, o que de fato aconteceu.

Adauto Bezerra, que havia sido um bom governador e recebido grandes elogios, só conseguiu vencer Tasso em Morada Nova, onde prevaleceu a força do velho Manoel de Castro.

No pleito para governador de 1954, o PSD esperava vitoriar a candidatura de Armando Falcão com as urnas de Pedra Branca, que corresponderam, dando cinco mil votos de vantagem sobre Sarasate. No entanto, isso não foi suficiente para evitar a ascensão da UDN com Dr. Paulo.

O primeiro governador de Tocantins foi cearense, Siqueira Campos, sobre quem me referi na coluna de O Povo, e ele incontinente agradeceu.

Na qualidade de médico, o senador Waldemar de Alcântara discursou recomendando a maconha como medicinal. A Veja se manifestou contra, obrigando sua ida a São Paulo, o qual explicou aos redatores as reais postulações de sua oração, que a revista, por sinal, publicou.

Em determinado período da década de 60, o deputado Ésio Pinheiro exerceu, ao mesmo tempo, as seguintes atividades: secretário de Agricultura do Governo de Virgílio Távora e professor de Química e pioneiro de cursinhos de vestibular. Além de um projeto hoteleiro que não vingou.

A primeira posse de Virgílio Távora como governador teve a presença de Álvaro Catão e sua mulher Lurdes, uma das dez mais elegantes do Brasil. Aliás, eu que os sentei no banquete do Náutico, cujo cerimonial assumi.

Virgílio Távora teve dois mandatos como senador e três como deputado federal. Jamais concorreu à Assembleia. Quer dizer, estreou em 1950 no Palácio Tiradentes, do Rio.

Perguntado pelo saudoso jornalista Dário Macêdo se não tinha medo de levar um tiro de determinado desafeto, Virgílio Távora de pronto respondeu: Medo, não digo, não tenho medo de nada, receio.

Além de Chico Monte, outro político cearense que atingiu o quarto mandato de deputado federal foi o grandioso José Martins Rodrigues.

Chico Monte foi o primeiro político cearense a obter o quarto mandato de deputado federal. Morreu em exercício, durante o governo do seu genro Parsifal Barroso, a quem considerava um filho, já que não gerou varão.

Foi o saudoso Tancredo Carvalho quem me tirou das cinzas televisivas, convidando-me para a Jangadeiro, a qual iria dirigir. A convocação foi feita nos jardins d’O Povo. E no dia seguinte, lá estava eu na Antônio Sales, tornando-me pioneiro do Canal 12.