Tanques

Diz a tradição futebolística de que grande craque nunca se reverte depois que deixa a camisa em competente treinador, função especificamente destinada apenas aos medianos ou atletas sem muita classe. Cito dois exemplos: Flávio Costa e Zezé Moreira foram treinadores renomados, porém, não brilhantes, quando entravam no passado para jogar.

Melados

A Federação Metropolitana trouxe alguns juízes ingleses para apitar partidas do Campeonato Carioca, mas logo os devolveu, pois já chegavam nos campos (ainda não havia Maracanã) cheios dos paus, sobretudo um chamado de Mr. Ford.

Linha de frente

No Rio, liguei para o treinador Flávio Costa, que me respondeu ter realmente pensado em Heleno de Freitas para comandar o ataque brasileiro no Mundial de 50. Sendo este, segundo ele, o ataque cogitado: Tesourinha, Zizinho, Heleno, Ademir e Simão, ponta-esquerda paulista. Dos cinco, só dois foram titulares, Zizinho, do Flamengo, indo para o Bangu, e Ademir, que foi o artilheiro brasileiro com nove gols.

Quem sabe

Heleno de Freitas foi o centroavante do Vasco no Campeonato Carioca de 1949, último antes do Maracanã. Porém, num treino da Seleção Carioca, provocou o treinador Flávio Costa, porque alegou que dois colegas da Cruz de Malta, Nestor e Mário, não lhe passavam a bola. O craque, que era, inclusive, formado em Direito, terminou seus dias na década de 50, internado num hospital para doentes mentais em Barbacena. Tendo atuado a última vez no Maracanã defendendo o América, que, nesse dia, perdeu para o pequeno São Cristóvão.

Complexo

O Brasil convocou três goleiros para a Seleção que mandou à França, na terceira Copa do Mundo: Batatais, do Fluminense, Walter, do Flamengo, e Tadeu, do América. Para muitos desportistas, Tadeu era o melhor dos três, porém ele levou Batatais e Walter, que substituiu o titular, pois Batatais deixou passar cinco, na estreia do escrete frente à Polônia. Ele voltaria ao arco na disputa do terceiro lugar frente à Suécia, quando acrescentou mais dois, sendo, até hoje, o recordista brasileiro que mais teve suas redes furadas, na história dos mundiais, nada menos que sete.

Gostinho

O Vasco da Gama, por ser o melhor time do Rio, veio a Fortaleza e goleou o Tricolor de Aço, metendo seis, ficando, para o time local, a compensação de ter assinalado o primeiro gol através do center França logo no início da partida.

Diamante e borracha

É bem provável que a média de gols dos artilheiros brasileiros em Copa do Mundo seja do Leônidas, que marcou oito gols em cinco jogos, estabelecendo a média de 1.6 por prélio.

Deselegância

Brasil e Iugoslávia iam disputar no Maracanã qual das duas seleções passaria à final. Como havíamos empatado com a Suíça e os iugos haviam ganho seus dois jogos, os visitantes jogavam por um empate. Ao sair do túnel, o grande craque deles, Mitic, quebrou a cabeça e só entrou em campo quinze minutos depois de o jogo começar. Pediram adiamento do início para, após 15 minutos, nesse mister, consultaram o capitão brasileiro, Augusto, que condicionou à aprovação dos dirigentes brasileiros, que, querendo aproveitar a vantagem, não concordaram, a partir do treinador Flávio Costa. Quando Mitic entrou em campo, cabeça toda enfaixada, o Brasil já ganhava de 1 X 0, o time adversário com dez.

Dúvida atroz

Na semifinal da Copa de 38, que aconteceu na França, o juiz gaulês, ante pontapé aplicado pelo Domingos no center Piola, da Itália, teve um instante de dúvida, expulsava-se o brasileiro ou se marcava o pênalti, mesmo que a falta tivesse sido cometida sem bola. Ele optou pela penalidade máxima, para não deixar nossa Seleção com um jogador a menos.

Da arquibancada

Trio final do último time do ferroviário que eu torcia e foi campeão, tinha Zé Dias no gol, Manuelzinho de beck central e Coimbra de marcador de ponta direita.

Fracativo

Artilheiro do Brasil na Copa de 94, aquele circo que o Havelange armou nos Estados Unidos, Romário passou 130 minutos sem marcar nenhum gol.

Duplicata

Os três jogadores que primeiro bisaram a Seleção Brasileira em Copa do Mundo: o atacante Leônidas, o volante Martin e o ponteiro Patesco, que fizeram parte das Seleções de 34 e 38.

Para dura

Com Gerson lesionado, Paulo César Caju e Clodoaldo garantiram o meio-campo brasileiro no único jogo realmente difícil contra a Inglaterra no Mundial de 70 no México, tendo a Seleção também não contado por inteiro com Rivelino. De qualquer forma, foi a melhor exibição do time de Zagallo.

Impedimento

Desportistas veteranos com quem convivi garantem que o gol de Alencar contra o Pará foi realmente em off-side. O empate, permanecendo, desclassificou a Seleção Cearense, que tinha uma ala-esquerda do Fortaleza, Pipiu e Piolho. A plateia resolveu matar o juiz Jombrega, que se salvou pulando o muro do 23BC.

Final feliz

Tendo jogado no Fortaleza no final da carreira, o zagueiro Natal tinha um passado glorioso, tendo sido parceiro de Domingos da Guia no Flamengo. Morreu aqui, pobre, quase mendigando.

Bom de bola

Confesso que estou à disposição do Sérgio, do Graziani ou Pontista que for, para explicar em O POVO-CBN a minha plataforma para recuperação do futebol.

Mancha no Placar

Primeira Copa do Mundo ganha pelo Brasil teve um percalço, é que o marcador de Pelé, Jonquet, o médio da França, após um coice de Vavá, saiu para a enfermaria e voltou só para fazer número na ponta esquerda. Note-se que a França era, até então, o melhor time do Campeonato.

Mixuruca

O Brasil foi campeão sul-americano em 1949, no campeonato disputado aqui, em São Januário, no Rio, e no Pacaembu paulista. Entretanto este título não é levado muito em conta, pois Argentina não veio e o Uruguai mandou time de estudantes. Ainda assim, a nossa seleção teve de enfrentar o Paraguai numa decisão extra, pois perdera no primeiro jogo.

Estatística

Todo mundo sabe que Ademir Marques de Menezes foi o artilheiro da Copa de 50 e o vice brasileiro coube ao ponteiro Chico, que fez dois contra a Suécia e dois contra a Espanha, e, como todo ataque, na final, não fez nenhum.

Quem Sobra

Nos treinamentos visando a formação para a Copa do Mundo de 1950, disputavam a meta titular Barbosa, do Vasco, Castilho, do Fluminense, e Sérgio, do Grêmio de Porto Alegre, apontado pela crônica como o grande destaque dos três, entretanto acabou cortado.