Categoria: Bola passada

Leônidas da Silva não marcou oito gols no Mundial de 38, foram apenas sete, enquanto Ademir só fez oito, na Copa de 50, sendo que o nono que erradamente apontam foi dado, na súmula do juiz, a Parra, zagueiro da Espanha, contra.

Cinquenta anos passados, ainda hoje não está bem claro se pontapé ministrado pelo Carlos Alberto Torres no inglês Lee seria caso de cartão vermelho, quer dizer, expulsão, embora essa vitória do Brasil, por 1X0, gol de Jairzinho, paire acima de qualquer contestação.

Encontrei Mauro, capitão do time campeão do mundo em 62, no restô do Hotel Plaza da Bahia, ele sendo na época treinador do Santos ainda de Pelé. Me sentei em sua mesa sem ser convidado e perguntei por qual motivo Flávio Costa o havia cortado da Copa de 50, bem superior que era a Nena e Juvenal, incluídos entre os 22; balançou a cabeça: Não sei.

Seleção Brasileira composta apenas de jogadores sem a credencial maior pra pertencer ao escrete em Copa do Mundo, quer dizer, não eram craques, Félix, Augusto e Juvenal; Chicão, Dunga e Bigode; Friaça, Alcindo, Índio, Jorge Mendonça e Zinho

Ademir Marques de Menezes, marcando oito gols, foi o artilheiro do Mundial de 50. Só que, quando o Brasil mais precisou, não conseguiu furar as redes adversárias, no empate com a Suíça, no Pacaembu, e na decisão do título, com o Uruguai.

Dos cinco Mundiais obtidos, o do México, em 70, foi o único passado na casca do alho, quer dizer, não pode ser contestado, venceu porque jogou melhor.

Naquela Copa da Ásia, Japão mais Coreia, a Seleção estreou enfrentando a Turquia, que na derrota de 2x1 foi dizimada pelo juiz, todo mundo reconheceu que os turcos mereciam o triunfo e que a final real do Mundial de 2002 deveria ter sido Alemanha X Turquia.

A França foi o melhor time da Copa de 58, a primeira vencida pelo Brasil, mas só porque o adversário jogou o segundo tempo com dez homens, com Jonquet, que marcava Pelé, recolhido à enfermaria, levado por uma pancada desleal do casca grossa Vavá, devendo ser salientado que naquele tempo não havia substituição.

Brasil foi uma vez campeão por pênalti, nos Estados Unidos, em 1994, acontece que esse método não faz parte das tradições futebolísticas brasileiras, que assim não é bem recebido pelos torcedores.

Na semifinal da Copa de 50, Seleção goleou a Espanha, porém tem um senão, a delegação ibérica denunciou à Fifa que o cozinheiro brasileiro que preparou o almoço no dia do jogo pusera sonífero na comida dos jogadores.

Na semifinal de 62, o juiz expulsou Garrincha, que assim estaria fora da final, mas para isso o bandeirinha, de quem partira a iniciativa punitiva, teria de estar presente à reunião do Conselho Arbitral, acontece que o uruguaio Estebam Marino achou um jeito de viajar, e o ponteiro ficou livre para a decisão contra Tchecoslováquia. O jornalista João Saldanha confessou depois que o bandeira tinha recebido bola da Confederação Brasileira.

Brasil foi bicampeão mundial de 1962 graças ao Garrincha, mas também ao juiz chileno Sérgio Bustamante, que anulou um gol legítimo da Espanha e deixou de marcar um pênalti de Nilton Santos, quando os espanhóis mandavam em campo, e venciam de um a zero. Se perde, a Seleção não teria passado nem pras quartas de final.

Na Copa de 50, Brasil perdeu um ponto no empate com a Suíça. Primeiro gol foi brasileiro, mas os visitantes reclamaram que a bola já havia saído de campo, quando o médio Alfredo, improvisado na ponta direita, chutou pro gol, porém o juiz fez vista grossa.

Brasil ainda chora a perda do Mundial de 50, quando saiu apenas vice, só que nem isso merecia, pois no jogo com a Iugoslávia, que jogava pelo empate, o maior craque dos visitantes, Mitic, quebrou a cabeça ao sair do túnel. Os dirigentes pediram 15 minutos, para que o time entrasse em campo com 11, o que lhes foi negado. E quando Mitic adentrou o gramado, de cabeça enfaixada, o Brasil tinha se locupletado, e Ademir feito um gol. Os verdadeiros desportistas acreditam que a Seleção não teria ganhado esse jogo e teria rodado logo aí, nem indo pras finais.

Mal convocado pra Copa de 66, a mais importante de todas, pois realizada em Londres, Garrincha sofreu sua única derrota jogando pela Seleção.

Posso afirmar porque estava lá, o Mundial na Espanha foi um dos dois a que assisti pessoalmente. Maior figura da Seleção de Telê Santana foi meio-campista Falcão, chamado o Rei da Roma.

Flávio Costa despediu-se do Flamengo vencendo o Campeonato Carioca de 63 e obtendo o vice do ano anterior, quando, na final com o Botafogo, foi a última grande atuação de Garrincha em clube.

Antes de ganhar a Copa de 58 e de perder a de 66, gordo Vicente Feola já havia tido uma meia derrota, pois, na época treinador do São Paulo, foi auxiliar de Flávio Costa, no desastre de 1950.

Só dois irmãos foram ambos treinadores da Seleção Brasileira, Zezé e Aymoré Moreira, que chegou a campeão do mundo, enquanto Zezé nem às quartas de final chegou.

E tem aquela do novo-rico que levou pela primeira vez a mulher ao Maracanã, e, iniciada a partida, ela perguntou: Meu bem, que é a bola?