Categoria: Apanhado político

O único cargo executivo federal ocupado pelo grandioso Virgílio Távora foi representar seu partido, a UDN, na Comissão Consultora da Novacap, de onde saiu para ocupar a governadoria, na União Pelo Ceará, pois o Ministério não conta.

Em 1962, a UDN lançou Adahil Barreto, só que, com certa má vontade, a partir dos caciques, tal Paulo Sarasate. O vice seria Edival Távora, primo de VT, com a União pelo Ceará. Adahil foi rechaçado e acabou saindo candidato pelo PTB de Jereissati. Teve poucos votos, porém saiu reeleito deputado federal, tendo sido cassado injustamente pelo Movimento Militar que derrubou o presidente João Goulart.

Quando atribuo a Lúcio Alcântara o galardão de ex-quase-tudo, estou simplesmente coberto de razão, pois ele foi governador, senador, deputado federal e prefeito de Fortaleza, além de secretário da saúde e de ter ajudado o pai a governar.

Nas suas duas primeiras participações eleitorais, Virgílio Távora, disputando uma cadeira na câmara federal. Liderou a votação de seu partido, a UDN. VT foi duas vezes também eleito senador, e teve mais uma para deputado, em 1966, tendo sido o mais sufragado do Estado.

Candidato ao governo pela União Democrática Nacional, Adahil Barreto teria seu irmão José Júlio Cavalcante, que era diretor do Banco do Nordeste, já escolhido por ele para a Secretaria de Finanças.

Waldemar Alcântara foi governador do Estado, vice-governador, senador, deputado estadual e federal, tendo assumido com a partida prematura de Walter Sá Cavalcante. Exerceu interinamente a presidência do Banco do Nordeste, do qual foi diretor-tesoureiro.

O governador Parsifal Barroso era contra o jogo, porém, o secretário de Polícia, general Góis, era a favor, pois, do Jogo do Bicho e cassinos, tirava a recuperação das viaturas de sua Secretaria.

Fausto Cabral tirou quase todo o mandato senatorial do Dr. Parsifal: primeiro como ministro, e, depois, governando o Estado. Partiu sob predestinação, pois, no dia seguinte ao término de seu mandato, em Brasília.

Durante muitos anos, Virgílio Távora e seu primo Edilson não se falavam, só no Governo Sarney fizeram as pazes.

Frequentador do Ideal, o prefeito Acrísio Moreira da Rocha, quando perdia, nunca pagava em dinheiro ou fazia cheque. Ordenava que o cassino mandasse apanhar em sua casa, e quem sempre o fazia, a mando do arrendatário Aprígio Fernandes, era o Eduardo Guilherme, que, certa feita, observando o café que ele tomava, saiu-se com essa: “Prefeito, com esse café...”; “O que é que tem o meu café? Tem queijinho da fazenda, leite da fazenda, pãozinho quente da padaria mais próxima...”. Foi aí então que o Eduardo arrematou: “Prefeito, eu acabo de vir da casa do Antônio José Gentil, ele também tomava café, só tinha de brasileiro os ovos”.

Meu irmão civil Dário Macêdo cedo revelou vocação política e chefiou a Casa Civil no início da administração do sogro Plácido Castelo. Acontece que esse lugar envolvia tarefas que não eram do seu agrado e competência, como, por exemplo, representar o Governo em atividades militares ou receber personalidade no aeroporto. Seria um esplêndido chefe de imprensa, pelo relacionamento que mantinha com os colegas.

Virgílio Távora definindo João Goulart, que foi seu colega de solteirice nas noites cariocas: Dr. Jango é um homem muito bom.

Virgílio Távora, na primeira vinda ao Ceará, após assumir o super ministério da Viação e Obras Públicas, iniciou a pauta perguntando a seus comandados locais: “Os senhores acham que eu sou um grande ministro?”. Pegos de surpresa, ninguém respondeu, porém VT não se deu por achado: “Tomo o silêncio como afirmativa”.

Na eleição de 1958, Virgílio Távora queria ser governador, porém perdeu, enquanto Parsifal, que não queria ser, pois preferiria voltar ao Ministério, ganhou.

Hino encomendado pelo Aécio de Borba para a campanha de Virgílio Távora para governador em 1962: “Eu, esse ano, vou votar em qualidade. Meu candidato para ser governador do Ceará é o Virgílio, seu doutor. Virgílio, paz e harmonia, é mais governo e muito mais democracia.

Essa foi o Acrísio Moreira da Rocha quem me contou: na campanha de marcas 1958, em que foi candidato a vice na chapa de Virgílio, num município do interior, um vereador subiu no palanque e arrasou os Távora, tal não foi a surpresa, quando ao se recolher para dormir, flagrou VT, que dormia na cama, armando outra rede, ele então perguntou: Por que essa rede, se a minha está armada e você ocupa a cama? E VT, com a cara mais lisa do mundo, disse: Porque eu convidei aquele vereador desaforado pra dormir com a gente.

Sob o título “O Mito LB”, Sônia Pinheiro publicou seguinte tópico em sua coluna de O Otimista: Com jantar no Icaraí, Edilmo Cunha abriu a série de homenagens ao repórter social Lúcio Brasileiro, que, desde 1955, brilha em seu métier, seguido por Beto Studart, recebendo para almoço em torno do mais renomado colunista do CE e do BR, juntando, no rol de presenças, Reginaldo Vasconcelos, Cláudio Targino, Fernando César Mesquita, Chico Eulálio e o presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante, que, em nome da Federação das Indústrias do Estado do Ceará, ofereceu ao homenageado placa de prata por sua mais que brilhante trajetória no jornalismo cearense. Tendo iniciado sua carreira em 1955, LB se notabilizou em jornais, rádios e TVs, sendo reconhecido como o colunista maior tempo em coluna diária. Seus inúmeros prêmios e honrarias refletem o compromisso pessoal com a comunicação diária e sua influência na imprensa do CE. E, assim, a FIEC celebra a marcante contribuição de LB à sociedade e ao jornalismo do CE.

Se Fausto Cabral e Waldemar Alcântara deram sorte, recebendo, na bandeja, mandato quase inteiro de Senador. O mesmo não aconteceu com general Góis, que, suplente de seu colega Onofre Muniz, não assumiu um só dia.

Jango nunca foi corrupto, porém, um tanto moleque, que levava tudo na valsa. Quando de sua viagem oficial aos Estado Unidos, o embaixador Lincoln Gordon chamou o jornalista Samuel Wayner para que sondasse o Presidente sobre pedidos de membros da comitiva solicitando bebidas e mulheres. Samuel procurou o amigo, que autorizou desmentir e definiu os pelegos de doidos varridos, porém nenhum foi cortado da lista.

O presidente Goulart estava pescando, pois era Semana Santa, quando militares partiram de Minas para apeá-lo do poder. O chefe da Casa Militar, general Assis Brasil, veio apanhá-lo, face o Levante dos Marinheiros. Ao desembarcar no Santos Dumont, tudo que disse foi: “Vim para tomar pé”. Na realidade, tinha vocação política, porém jamais administrativa.