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Dos quatro deputados cassados pela própria Assembleia na derrubada do presidente João Goulart, eu não mexeria em nenhum: Blanchard Girão e Fiúza Gomes, que professavam um rosa-pálido, e os outros dois, Raimundo Ivan e Pontes Neto, que haviam sido eleitos na legenda da direitista de Ademar de Barros, um dos líderes civis do Movimento Militar.

Releitura

Na recentíssima pela Bahia, Bahia, Bahia, tive como companhia de alta qualificação Uma História de Vida e de Viagem, de Alfredo Lopes Neto, que dá um banho de informação com suas paragens pelo mundo afora, e que inclui tempo de voo, monumentos históricos e o que comer por aí afora. Escriba em questão, que foi secretário da Agricultura de Adauto Bezerra, assessorou, também, o presidente Collor e o senador Beni Veras.

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Quando iniciei a coluna, nos anos 50, havia a disputa municipal que dava um certo charme às refregas, cito algumas delas, Franklin Chaves e Manoel de Castro, no Jaguaribe; Ernani Viana e Tenente Edson, na Caucaia; Ernesto Valente e Abelardo Costa Lima, no Aracati; Aguiar e Veras, em Camocim, entre outras.

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Cláudio Correa Lima era irmão do dr. Hyder, e tio, portanto, da Miss Brasil Emília. No Governo Juscelino, ocupou lugar no escritório do Brasil em Londres, onde teve chance de congratular com o professor Parsifal Barroso, ministro do Trabalho, com quem tivera “um pega” no Liceu do Ceará. Parsifal respondeu com dois telegramas, um agradecendo a mensagem, e o outro demitindo o conterrâneo.

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Álvaro Lins foi eleito quatro vezes deputado federal, cabendo o mesmo número, só que estadual, ao irmão Deusimar, ambos abastecidos por Pedra Branca, município do Centro-Sul, que obedecia à liderança do senador Olavo Oliveira.

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Os suplentes mais bafejados de deputado federal foram os da bancada do PTB, pois, com as cassações de Adahil Barreto e Moysés Pimentel, além da ida de Antônio Jucá para o senado, assumiram Álvaro Lins, Flávio Marcílio e Crisanto Moreira da Rocha.

Adeus da despedida

Último banquete do Palácio da Luz foi oferecido pelo governador Parsifal Barroso para o presidente Juscelino, antecedido de uma recepção para a sociedade.

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Um austero administrador da coisa pública, coronel Murillo Borges, insere-se, tranquilamente, entre os meus cinco maiores prefeitos, por considerar que só a Perimetral já vale.

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Até hoje, ainda lamentam os admiradores de Virgílio Távora, entre os quais me incluo, não terem visto o grande ex-governador sido escolhido vice-presidente da República pós-64.

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Titular da pasta da Aviação do gabinete parlamentarista do primeiro ministro Tancredo Neves, todavia, não é verdadeiro, historicamente, se afirmar que Virgílio Távora foi ministro do presidente João Goulart, de quem, por sinal, era amigo.

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Até onde a memória, neste momento, permite, citarei Virgílio Távora, José Martins Rodrigues, Menezes Pimentel, Adahil Barreto e Armando Falcão, entre os grandes vultos da política cearense que ingressaram na Câmara dos Deputados a partir da eleição de 1950.

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Armando Falcão chegou a ser grande vulto do Partido Social Democrático, e seu candidato ao Governo, em pleito inesquecível, começou a esvaziar junto aos colegas por haver se tornado, no final da carreira, mais lacerdista do que pessedista.

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Resposta de Joaquim Figueiredo Correia a alguns dos militares que pretendiam apear VT do poder: “Os senhores estão equivocados, eu não sou o Governador, e sim vice, e logo, portanto, estarei devolvendo o cargo a seu dono, que é o Virgílio Távora”.

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Indagado pelo jornalista Dário Macêdo se não tinha medo de levar um tiro de desafeto político, o grande Virgílio Távora deu a seguinte resposta: “Medo, eu não digo, não tenho medo de nada, receio”.

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Em 1962, a UDN lançou Adahil Barreto, só que, com certa má vontade, a partir dos caciques, tal Paulo Sarasate. O vice seria Edival Távora, primo de VT, com a União pelo Ceará. Adahil foi rechaçado e acabou saindo candidato pelo PTB de Jereissati. Teve poucos votos, porém saiu reeleito deputado federal, tendo sido cassado injustamente pelo Movimento Militar que derrubou o presidente João Goulart.

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Compensando a lealdade de seu vice, Figueiredo Correia, Virgílio nomeou o irmão de Joaquim, Jáder, para secretário de educação, onde, por sinal, teve bom desempenho.

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No seu retorno ao Governo, espalharam que o coronel Virgílio Távora não era das graças do general Figueiredo, presidente da República. Resposta de VT: “Se o sucesso do meu governo vai depender das relações com Figueiredo, Ceará pode ficar tranquilo”.

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Na campanha de 62, estando em Fortaleza, Virgílio Távora e dona Luíza almoçavam no Rancho Alegre, de Edmilson Pinheiro. Quase sempre me encontrava lá com eles, e, numa tarde, dona Luíza saltou: - Nicinha, você está sabendo que o Lúcio vai pôr o Virgílio nos Dez Mais? VT, que tinha pé chato, interviu: -Se assim o fizer, o doutorzinho será processado por vilania.

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No Ceará, o coração da gente bate por Paulo Sarasate, por Paulo Sarasate... Esse foi o refrão da música da campanha de Sarasate ao governo, em 1954, de onde ele saiu para voltar à Câmara e ser senador, quando morreu.

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Candidato a governador em 1954, a propaganda de Armando Falcão proclamava: Armando é contra roubo e corrupção, votemos em outubro em Armando Falcão, Armando, Armando, será a nossa salvação.