Categoria: Apanhado político

Visando ao bem-estar público, Carlos Jereissati prontamente atendeu Armando Falcão, quando este, então líder da maioria do Governo Kubitschek, precisou de quatro votos controlados por seu inimigo.

Embora não tenha assumido um dia sequer, o general Góis chegou a ser eleito suplente de senador na chapa de seu colega Onofre Muniz, em 1950. A propósito, mantive muito bom relacionamento com ele, com quem bati papo algumas vezes, na casa campestre de Edmilson Pinheiro, então seu consogro.

Os deputados da Assembleia Legislativa que perderam seus mandatos pela linha política que adotavam tiveram a solidariedade dos colegas, que autorizaram desconto de dez mil de seu salário mensal para ajudar os companheiros, alguns, inclusive, com dificuldades para cobrir a sustentação das respectivas famílias.

Penso que foi único caso de presidente eleito da Assembleia Legislativa do Ceará haver renunciado ao cargo que equivale a segundo vice-governador. Em 1951, atritado com Raul Barbosa, que havia assumido a chefia do executivo, Péricles Moreira da Rocha, assinou seu pedido de desistência da honrosa designação.

O deputado Aníbal Bonavides, que teve seu mandato atingido pelas punições militares, dirigiu uma carta ao presidente da Assembleia, sete dias depois, alegando que tinha sido eleito para um mandato de quatro anos e não cumprira nem metade. Na missiva, advogado de Direito e de Defesa, instituição universal, mas as alegações aventadas pelo parlamentar não foram levadas em conta.

Durante o regime militar, o cineasta Renato Tapajós escreveu o romance Em câmera lenta. Passou cinco anos nas grades, acusado de participar da ala vermelha da Guerrilha Urbana. As páginas saíam de sua cela através dos que lhe visitavam e enrolavam o conteúdo nas dobras das saias ou das calças.

Após a derrubada do presidente Goulart, em 1964, os militares puseram, em Pernambuco, nas mãos dos dois padres, Antônio Melo e Paulo Crespo, a direção do sindicalismo rural. O sindicalismo independente, porém, sofreria uma forte repressão, com muitas prisões.

Olavo Oliveira era considerado um craque no manejo político, porém, muitos acharam que ele não usou de seu talento nas eleições de 1954 e 1958. Na primeira, fazendo do filho Raimundo Ivan vice de Armando Falcão, representando seu partido, o PSP, e, quatro anos depois, pondo Raimundo Ivan como seu suplente para o senado, quando se sabe que filho não acrescenta.

Quando um jornal da cidade proclamou que a Mesa da Assembleia havia dispendido mais de um milhão de cenoura, o deputado Almir Pinto, sempre muito espirituoso, ocupou o expediente para assinalar: Agora, já sabemos onde fica a capital brasileira dos vegetais.

Constou que no dia em que cassaram seu mandato, o deputado José Firmo reuniu os amigos no Hotel Brasil, onde morava, e ordenava seguidamente: Baixa mais cerveja, cambada!

Um dos mais inteligentes políticos cearenses foi Perilo Teixeira, de Itapipoca, que, entretanto, só conseguiu um mandato de federal, em 1954, quando apoiou Paulo Sarasate, candidato a Governador.

Péricles Moreira da Rocha foi eleito deputado Constituinte estadual em 1946 e teve seu mandato renovado em 50, 54 e 58, totalizando quatro. Em 62, disputou, porém, perdeu, a Prefeitura de Fortaleza, não mais voltando a disputar.

Após a partida de Carlos Jereissati, ouvi Dr. Antônio Jucá, que era seu suplente no Senado: Dr., é sabido que o Carlos lhe pediu que ficasse com ele naquela noite, que foi sua última, e o senhor aquiesceu, sabendo perfeitamente que não seria previdente para seu estado de saúde. O grande médico saiu-se assim: Claro que eu sabia da indisposição, porém, entre o médico e o amigo, decidi me portar como amigo, e então o atendi, ficando em conversa com ele até o sono chegar.

Com a redemocratização, Dr. Fernandes Távora, pai de VT, ganhou uma senatória, só que de três anos, único caso da história política cearense

Carlos Augusto Moraes, e, por falar em livro, é campeão. Agora mesmo ocupou meu espaço ledor ofertando O lado B, de Boni, que fora os encontros nunca concretizados de Ibiza. Agora conheço melhor para meu gáudio e favorecimento.

Tendo começado vereador em 54, Mauro Benevides não chegou a governador ou prefeito, porém foi eleito quatro vezes deputado estadual e, a seguir, duas vezes senador, além de duas vitórias para deputado federal.

Tendo seu colégio principal comandado por Eliseu Batista, em Orós, Edilson Távora chegou à Câmara dos Deputados quatro vezes, em 58, 62, 66 e 70. Aliás, embora nunca tenha sido um dos primeiros, ele nunca teve problema de eleição. Por sinal, foi sempre um parlamentar muito bom.

Reunindo personalidades em busca do meu autógrafo, no pátio do BS Design, em esplêndida noitada, Beto Studart marcou espetacularmente o lançamento de minha biografia.

Enquanto o PSB forneceu o Primeiro-Ministro, Tancredo Neves, a UDN entrou com dois de seus maiores nomes, Virgílio Távora, em Viação e Obras Públicas, e Gabriel Passos, em Minas e Energia.

Treze de agosto, Jubileu do meu blog Quinta Avenida, que, partindo de quem parte, é reconhecido sucesso ibopeano.